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DE OUTUBRO: DIA
DO AVIADOR
HOMENAGEM
A SANTOS DUMONT
SEMANA
DA ASA: 19 A 26 DE OUTUBRO
No
Dia do Aviador cultivamos a memória de uma das nossas mais valiosas
figuras históricas - Alberto Santos Dumont, um brasileiro reconhecido
e condecorado em vários países.
Este
gênio criativo nasceu em 20 de julho de 1873, em Palmira, hoje
chamada Santos Dumont, em Minas Gerais.
Ele
viu pela primeira vez um balão aerostático numa feira,
na cidade de São Paulo, em 1888. Ali mesmo sentiu a sensação
de subir com um balão às alturas, que somente aos pássaros
era possível.
Depois
da morte de seu pai, em 30 de agosto de 1892, mudou-se para Paris, na
França. Correu atrás dos seus sonhos e conseguiu em 22
de março de 1898, em sua primeira ascensão aerostática.
Decidido
a aperfeiçoar seus balões, fez em julho sua primeira ascensão
livre com o balão de nome "Brasil", que mandou construir
para seu uso pessoal. No mesmo ano, ainda em 18 de setembro, realizou
a primeira experiência com o seu balão dirigível
nº 01, sendo a primeira vez que um motor à explosão,
adaptado a um veículo aéreo, funcionava no ar.
Na
primeira tentativa de decolagem, chocou-se contra as árvores,
pois decolou a favor do vento, conforme foi convencido pelas pessoas
que assistiam.
Dois
dias depois, a 20 de setembro de 1898, decolou contra o vento, conforme
sua concepção. Para espanto da assistência, pela
primeira vez na história da humanidade, um balão evolui
no espaço, propulsionado por um motor a petróleo. Após
este evento, aperfeiçoou, sua criação nos dirigíveis
2 e 3.
Até
o balão dirigível nº 14, houve uma infinidade de
experiências diversas que o deixaram famoso. A sua hélice
e o motor serviram para as primeiras experiências com o aeroplano
nº 14 Bis.
Entre
os dias 25 de julho e 23 de outubro de 1898, no Campo de Bagatelle,
em Paris, voou perante a Comissão Fiscalizadora do Aeroclube
da França, ganhando a taça ARCH-DEACON, por realizar o
primeiro vôo de aparelho mais pesado que o ar. Posteriormente,
ele criou o nº 16, usando um motor.
Santos
Dumont subvencionava suas atividades aeronáuticas com seu próprio
dinheiro. Em 1901, encher um balão de 620 metros cúbicos
com hidrogênio custava-lhe aproximadamente US$ 500,00.
Mais
tarde foi transformado em biplano. No nº 18, a principal experiência
foi um deslizador aquático e a tentativa foi demonstrada no Rio
Sena.
Ele
estava inclinado a crer que a verdadeira função dos veículos
aéreos consistiria no transporte rápido de passageiros,
correspondências e cargas. Santos Dumont tentou levar o mundo
a partilhar de suas
idéias em vão.
Os homens mais eminentes não as aceitavam e a imprensa, noticiando
os seus desastres, apelidava-o de "Santos Desmonta". Em 1902,
entretanto, o Príncipe de Mônaco se ofereceu para construir
um hangar, caso Santos Dumont quisesse levar os seus dirigíveis
para Monte Carlo, durante o inverno.
Santos
Dumont aceitou. O jovem brasileiro, com o seu ar afável e negligente,
era visto em jantares com o Príncipe de Mônaco e em ceias
com os grandes banqueiros. No mar, as embarcações faziam
cortejo em sua honra. Célebres corredores de automóvel
aceleravam os seus carros na estrada do litoral, chegando a ultrapassar
60 quilômetros por hora, para acompanhar o seu vôo.
Depois
de muitas experiências com aparelhos que eram metade avião,
metade balão, Santos Dumont galgou novos êxitos. Em 1906
deu ao mundo a primeira demonstração pública de
vôo num aparelho "mais pesado que o ar". (Os irmãos
Wright só vieram a voar publicamente em 1908.)
Criou
depois os primeiros monoplanos bem sucedidos, construídos de
bambu e seda japonesa que não pesavam, incluindo motor e aviador,
mais que 110 quilos, os Libélulas.
Em
1909, resvalando pelas cercas e pelas copas das árvores na sua
segunda Libélula, bateu um novo recorde, ao alcançar 95
quilômetros num percurso de oito quilômetros. Foi seu último
triunfo.
Já
em 1909, a aviação começava a escapar das mãos
dos inventores para as dos engenheiros e mecânicos. Nos hangares,
Santos Dumont encontrava homens mal-educados.
Os
homens da aviação só pensavam em corridas e pequenos
concursos para ganhar prêmios. Para um homem com a educação
requintada e os ideais de Santos Dumont, isso era intolerável.
E, por este motivo, retirou-se da arena.
Como
ganhador do prêmio Nobel, Santos Dumont acreditava que as suas
invenções haviam de tornar tão terrível
a guerra, que os homens não pensariam mais nela. Tal convicção
sofreu um rude golpe quando foi
declarada a Primeira Grande Guerra Mundial. O aeronauta isolou-se na
sua casa, nos arredores de Paris, onde sofreu acessos de neurastenia,
atribuindo a si a responsabilidade pelo conflito.
Nos
anos que se seguiram ao Armistício, cada desastre de aviação
avivava a sua crença de que a dádiva que fizera ao mundo
era, na realidade, uma invenção infernal.
Voltando
de navio para o Brasil, em 1928, ele presenciou um avião da Condor
caindo no mar, matando seus tripulantes. Santos Dumont assistiu aos
funerais e, depois, encerrou-se por vários dias num quarto de
hotel.
Quando
aconteceu o desastre do dirigível R.101, tentou se suicidar.
Desde então, os parentes e amigos passaram a exercer estreita
vigilância à sua volta. Durante a Revolução
Paulista de 1932, Santos Dumont via passar, pelos céus de sua
terra natal, a máquina concebida por ele, sendo utilizada como
poderoso instrumento de destruição.
Aquele
era o mesmo tipo de aeroplano que, um dia, dera a triunfante volta na
Torre Eiffel! Um dos sobrinhos que sempre o acompanhava deixou-o sozinho
por alguns momentos. Ao voltar, não mais o encontrou com vida.
Santos Dumont morreu no dia 23 de julho de 1932, no Guarujá.
Desistiu da vida com a mágoa de ver seu invento, criado para
servir, sendo usado para destruir o homem.
Seu
coração se encontra no salão nobre da Academia
da Força Aérea, em Pirassununga, em artístico escrínio
de ouro, para que os oficiais que lá se formam possam sentir
sua nobreza e seu pulsar indefinidamente, nos corações
de todos os brasileiros.
ÚLTIMA
CARTA DE SANTOS DUMONT
"São
Paulo, 14 de julho de 1.932
Meus patrícios. Solicitado pelos meus conterrâneos mineiros
moradores neste Estado, para subscrever uma mensagem que se reivindica
a ordem constitucional do pais, não me é dado, por motivo
de moléstia, sahir do refugio a que forçadamente me acolhi,
mas posso, ainda, por essas palavras escriptas, affirmar-lhes, não
só o meu inteiro applauso, como também o apello de quem
tendo sempre usado a gloria da sua Pátria, dentro do progresso
harmônico da humanidade, julga poder dirigir-se em geral a todos
os seus patrícios, como um crente sincero em que os problemas
de ordem política e econômica, que ora se debatem, somente
dentro da lei magna poderão ser resolvidos, de forma a conduzir
a nossa Pátria á superior finalidade dos seus altos destinos.Viva
o Brasil unido!Santos Dumont"
Reprodução
do apelo de próprio punho de Santos Dumont, dirigido aos seus
patrícios, aplaudindo o movimento em prol da constitucionalização
da nossa Pátria.
Este
documento foi escrito pelo glorioso brasileiro, pouco antes de sua morte
precipitada pela ação dos aeroplanos a serviço
da Ditadura. O documento foi entregue ao Assessor de Civismo com os
seguintes dizeres:
"Ao
C.L. Néco Pinheiro - Assistente de Civismo do L.16 para tirar
xerocópias desta e enviar, para os Clubes de sua Divisão.
Obrigado, Santos, 04.10.1980 - C.L. Rubens de Moura Leite, Veterano
de 32 - do 3º B.C.V. - Setor Sul. Assinado : Rubens de Moura Leite"
Nota:
A grafia utilizada na carta de Santos Dumont é original da época.
A CASA DE SANTOS DUMONT
Construída
em Petrópolis, Estado do Rio de Janeiro, no antigo Morro do Encanto,
foi planejada e construída por Santos Dumont, para servir de
sua casa de verão. Em alusão ao local foi apelidada de
"A Encantada".
Chalé alpino francês, em três pavimentos. O primeiro
andar era uma pequena oficina; o segundo servia de sala de jantar e
sala de estar e o último pavimento era o escritório, quarto
de dormir e banheiro. Não tinha cozinha e as refeições
vinham do Palace Hotel.
Do
lado de fora existe um mirante que servia de observatório astronômico.
A
escada recortada em forma de raquete é uma curiosidade que chama
a atenção do visitante.
É que só se pode começar a subi-la com o pé
direito.
Localização:
Rua do Encanto, 22 - Centro (próximo ao Relógio de Flores)
Ano de Construção: 1918
Visitação Pública - 3ª à Domingo das
9:30 às 17:00 hs.
Fonte:
vários sites
Em
2006 fará cem anos que o herói Santos Dumont inventou
a avião. O único feito com provas documentadas e visto
por multidões.
O
poema, abaixo, descreve o nosso herói.
SANTOS
DUMONT (O Pai da Aviação)
*João Ayres=MG=20/07/1873 +23/07/1932
(19/10/1901)= Primeiro vôo do balão dirigível
(23/10/1906)= Primeiro vôo do aeroplano
Em
linda fazenda, no estado de Minas Gerais,
Dona Francisca deu à luz a um menino predestinado de nome Alberto.
O menino viveria sonhos fenomenais.
Em estudos e brincadeiras, seria um garoto diferenciado.
Alberto adorava mecânica e observar o vôo das aves.
Púbere, estudou no Rio de Janeiro como sempre o quis.
Especializando-se em ciências, divertia-se com os entraves.
Depois, Alberto foi estudar aeronáutica na França; Paris.
Nessa
época, os balões ficavam à deriva dos ventos.
Presos a uma corda eram sustentados por pessoas em terra.
Alberto montou oficina e, ali, dedicava o seu tempo.
O balão dirigível para Alberto, seria realidade e não
quimera.
Em Paris, Alberto inventou o primeiro balão dirigível.
Nos vôos, desfraldava a Bandeira brasileira para comemorar.
Com afã, Alberto pesquisa e busca outro invento a alto nível.
Nos
sonhos, queria e agora quer aparelho mais pesado que o ar!
Na oficina, Alberto faz e orienta os operários como um mestre.
Constrói o "14 Bis", prende-o ao balão e sobe
aos céus às experiências.
Pronto, o "14-Bis" percorre sessenta metros; estava realizado
o teste!
Alberto marca o dia do primeiro vôo e avisa a todos com antecedência.
O Clube dos Aeronautas iria ver um dos maiores inventos da ciência...
O "14 Bis voou trezentos metros, perante uma multidão embasbacada.
Ali, em Bagatelle, Paris, o primeiro vôo da história sem
qualquer dúvida.
Nuvens, dentro do céu infinito, avistam o "14 Bis"
e abrem-se à aviação.
Alberto Santos Dumont acreditou e fez. Fez o que muita gente duvidava!
"Dizer
que os irmãos Wright foram os inventores do avião, é
fala de americano brincalhão!!!"
Autor:
Manuel de Almeida (MANAL)